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CEE dos Prematuros ouve especialista em neonatologia da USP

Problemas de transporte das mães ao HC foram relatados pela convidada
CEE dos Prematuros ouve especialista em neonatologia da USP

Fotos: Aline Pereira

A Comissão Especial de Estudos para analisar e viabilizar programas de assistência às mães de bebês prematuros, presidida pela vereadora Gláucia Berenice (PSDB), ouviu nesta terça-feira, 06 de março, a médica e professora Walusa Assad Gonçalves Ferri.

A convidada é especialista em neonatologia, que é um ramo da pediatria que estuda o feto e o recém-nascido, e tem doutorado pelo Programa de Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde exerce a função de professora junto ao Departamento de Puericultura e Pediatria, com ênfase em Saúde Materno-Infantil. Conduz linhas de pesquisa nas áreas de neonatologia, ventilação mecânica neonatal e doenças pulmonares neonatais. Possui também pós-doutorado pela Universidade Autônoma de Barcelona.

Durante o encontro vários subtemas foram tratados no que dizem respeito a fatores físicos e psicológicos de mães e crianças prematuras. Walusa explicou que a estrutura oferecida pelo HC é excelente, mas as crianças atendidas sofrem pela ausência de suas mães, que não têm condições de acesso ao hospital, por dificuldades de locomoção. "Eu tenho todos os instrumentos para trabalhar com as mães, mas não as tenho presentes por falta de locomoção. Eu preciso que as mães cheguem ao HC, porque se isso não acontece, as crianças, que necessitam do leite materno, ficam estressadas e podem desenvolver esquizofrenia, autismo, déficit de atenção e baixo rendimento escolar", afirma a especialista, que explicou também a importância da política no sentido de resolver a demanda do transporte, "porque a situação não se trata apenas de gerar boas impressões nas mães, mas de solucionar questões que serão problemas futuros de toda a comunidade que vai sofrer os efeitos das sequelas dessas crianças", conclui.

Sobre a insuficiência de vagas, explicou que isso acontece porque o trabalho do HC é reconhecido pela sociedade, que acredita que as chances de salvação de um bebê prematuro no Hospital das Clínicas é maior que em outras unidades da cidade, por toda a tecnologia oferecida. Salientou a necessidade do funcionamento de ambulatório especifico para atender crianças semanalmente, caso em que voltariam para casa e teriam assistência periódica. Isso aliviaria o sistema e proporcionaria mais vagas para o atendimento de outras crianças.   

A comissão deve realizar mais três reuniões em breve para ouvir outros profissionais da área e as mães usuárias do serviço do HC.

Por Marco Aurélio Tarlá